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Ex-porta-voz da PM vira réu por invasão a prédio no Flamengo em ação 'desastrosa' para suposta caça ao traficante Peixão

A operação era para prender um bandido que supostamente estaria no edifício. Em janeiro, Blaz alegou que o intuito era prender o traficante Álvaro Malaquias...

Ex-porta-voz da PM vira réu por invasão a prédio no Flamengo em ação 'desastrosa' para suposta caça ao traficante Peixão
Ex-porta-voz da PM vira réu por invasão a prédio no Flamengo em ação 'desastrosa' para suposta caça ao traficante Peixão (Foto: Reprodução)

A operação era para prender um bandido que supostamente estaria no edifício. Em janeiro, Blaz alegou que o intuito era prender o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, depois de uma denúncia anônima. Ex-porta voz da PM vira réu em caso de operação que invadiu prédio no Flamengo O tenente coronel Ivan Blaz, ex-porta voz da Polícia Militar, virou réu na ação que investigava uma operação comandada por ele no início do ano em um prédio da Avenida Rui Barbosa, no Flamengo, Zona Sul do Rio. Na época, ele foi exonerado do cargo de comandante do 2º BPM (Botafogo). A operação era para prender um bandido que supostamente estaria no edifício. Em janeiro, Blaz alegou que o intuito era prender o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, depois de uma denúncia anônima. Vídeos mostram que ele e um outra policial à paisana renderam o porteiro e o colocaram com o rosto contra o chão. Novas imagens obtidas pelo RJ2 mostram que a operação contou com pelo menos cinco policiais dentro do prédio. Eles estavam armados com fuzis e pistolas. O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública denunciou o tenente-coronel pelos crimes de invasão de domicílio e constrangimento ilegal. A investigação sobre a ação durou menos de cinco meses. 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram! ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular. "É claro que a autoridade policial, comandante do batalhão, quando recebe uma informação tem autonomia para colher informações, tentar obter elementos para verificar se aquela notícia é verdadeira ou não", afirma o promotor Paulo Roberto Mello Cunha Júnior. "O problema foi que não havia elementos suficientes para justificar essa atitude e o que começou como operação, que poderia ser legal, acabou descambando para a prática de crime, a entrada indevida no prédio, utilizar as pessoas que estavam lá para acompanhar as diligências. Nada disso se justifica diante daquilo que foi apurado no local, que foi nada", emenda ele. A denúncia foi aceita pela Auditoria da Justiça Militar e Ivaz Blaz já é réu. Procurado, o tenente-coronel disse que não foi intimado ou citado e que não conhece o teor da denúncia. A PM disse que a corporação não foi oficialmente notificada. "Não deixa de ser uma ação desastrosa, houve, vamos dizer, uma imperícia na condução de uma operação que deveria ser de inteligência e acabou se tornando uma catástrofe pública no ponto de vista da qualidade da operação", afirma o promotor. Relembre o caso Segundo a denúncia anônima, obtida pelo g1, o traficante Peixão estaria na casa do pai, um senhor de 70 anos, no condomínio. O documento mostra que a denúncia foi feita às 15h58 do dia 10 de janeiro. No documento não consta o nome completo do suposto traficante, mas o apelido é o mesmo de um dos mais procurados do Rio, Álvaro Malaquias Santa Rosa. Uma hora depois do recebimento da denúncia, Blaz foi até o local, acompanhado de uma mulher, que também é policial. Ambos estavam à paisana, ou seja, sem o uniforme policial. Blaz estava de bermuda e com a camisa amarrada na cabeça. Vídeos de câmeras de segurança mostram o policial na calçada com a mulher (veja no vídeo abaixo). Durante um tempo, ele bebe, mexe no celular e beija a moça. Depois de cerca de 5 minutos, ele se dirige para a portaria, acompanhado da mulher, que segura uma latinha. Comandante de batalhão é afastado após denúncia de invasão de prédio na Zona Sul do Rio Outro vídeo, gravado por um morador, mostra o momento em que o porteiro está rendido com o rosto no chão e a mulher em cima dele. O policial diz: "você está na sacanagem, você sabe". O funcionário nega, e depois a mulher afirma: "Deixa que na hora certa você vai falar, a hora de você colaborar passou". De acordo com a administração do prédio, os dois seguiram vasculhando o local e invadiram o apartamento da síndica. A nota de esclarecimento diz ainda que eles estavam armados e se aproveitaram do momento de saída de funcionários para render o porteiro. "Após ingressarem na área comum, os invasores se identificaram como policiais à paisana e que, em razão de uma denúncia anônima, estariam atrás de um traficante que, supostamente, estaria em um dos apartamentos. Sem saber o que estava acontecendo, e assustados com os barulhos e as vozes vindos da garagem do prédio, moradores acionaram a polícia através do 190", diz o posicionamento. Transferência Exonerado do cargo de comandante, Blaz foi transferido para a Diretoria Geral de Pessoal, segundo consta no boletim interno da PM. Em nota, a PM informou "que, ao tomar conhecimento dos fatos, o secretário de Estado de Polícia Militar exonerou o referido oficial do cargo de Comandante do 2º BPM (Botafogo) e o transferiu". Ivan Blaz foi porta-voz da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, major Ivan Blaz Reprodução/ TV Globo