cover
Tocando Agora:

Justiça suspende lei que determinava fixação de cartazes antiaborto em hospitais do Rio

Lei proposta por vereadores e sancionada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) obrigava unidades de saúde a ter placas sobre aborto. As placas deveriam ter frases c...

Justiça suspende lei que determinava fixação de cartazes antiaborto em hospitais do Rio
Justiça suspende lei que determinava fixação de cartazes antiaborto em hospitais do Rio (Foto: Reprodução)

Lei proposta por vereadores e sancionada pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) obrigava unidades de saúde a ter placas sobre aborto. As placas deveriam ter frases como 'Aborto pode acarretar consequências como infertilidade, problemas psicológicos, infecções e até óbito'. Atualmente, existem três situações em que o aborto é permitido no Brasil. AFP A Justiça do Rio de Janeiro suspendeu nesta quinta-feira (3) a lei municipal que determinava a fixação de cartazes com mensagens antiaborto em hospitais e clínicas da capital fluminense. A decisão atende a um pedido do Ministério Público do Estado (MPRJ), que ajuizou uma representação por inconstitucionalidade contra a norma. Na decisão liminar, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) considerou que a lei extrapolou a competência do município na área da saúde e violou princípios constitucionais, como o da dignidade humana e da proporcionalidade. O texto também apontou possível vício de iniciativa, já que a proposta deveria partir do Poder Executivo. O projeto que deu origem a legislação foi proposto pelos vereadores Dr. Rogério Amorim (PL), Rosa Fernandes (PSD) e Márcio Santos (PV). Aborto legal é desencorajado em hospitais cadastrados para o procedimento, diz pesquisa da UniRio Segundo a representação por inconstitucionalidade ajuizada pelo procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Antonio José Campos Moreira, a lei municipal contraria diretrizes nacionais de saúde pública e protocolos de atendimento humanizado, além de desrespeitar os direitos fundamentais das mulheres. "O conteúdo dos cartazes incute medo e culpa, em vez de informar sobre os direitos e serviços disponíveis em casos de aborto legal", dizia um trecho do documento. A legislação brasileira permite a interrupção da gravidez em casos de estupro, risco à vida da gestante e anencefalia fetal. O que é aborto legal O MPRJ também destacou que a norma municipal omite informações sobre as hipóteses legais de aborto e os serviços públicos disponíveis, além de veicular mensagens parciais e estigmatizantes. A decisão judicial ressalta ainda que a lei pode violar tratados internacionais, como a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), ratificada pelo Brasil. A medida cautelar será submetida à ratificação do Órgão Especial do TJRJ. O município do Rio foi notificado e deverá cumprir a suspensão da norma imediatamente. 📸Clique aqui e siga o perfil do RJ1 no Instagram ✅Siga o canal do g1 Rio no WhatsApp e receba as notícias do Grande Rio direto no seu celular!